MARINA COMO ELA É, e COMO PODE SER

Carlos Novaes, 16 de setembro de 2014

(logo abaixo há um outro post de hoje)

A peça de propaganda eleitoral veiculada esta noite no horário eleitoral pela campanha de Marina é mais contundente do que aquela em que Duda Mendonça entrevistou Lula sobre a morte da esposa e do filho por falta de atendimento médico – e o é não porque o sofrimento de Marina seja maior, mas porque o sofrimento dela foi colhido a quente, de improviso, e está diretamente ligado à uma baixeza eleitoral da campanha adversária, que dá sinais de ter perdido a noção dos limites que mesmo uma campanha eleitoral vivida como de vida ou morte tem de respeitar. Nesse cenário, o testemunho pungente de Marina não atinge apenas a quem, como ela, já passou fome, mas também àqueles que jamais tendo passado por privação assim não deixam de receber como uma agressão ao seu sentimento de justiça a ação adversária falsa sobre ponto tão nevrálgico da injusta ordem social brasileira.

A nova pesquisa IBOPE que acaba de ser divulgada mostra que Dilma não retirou benefícios para si da artilharia contra Marina, possibilidade que antecipei aqui e  aqui – quem foi beneficiado foi Aécio, cuja pequena recuperação deve ser observada sem preocupação, entretanto, até porque muito provavelmente tem fortes elementos de sua ação desesperada em Minas Gerais, onde vem perdendo a eleição.

O fato de Marina ter resistido à campanha de mentiras que vem sofrendo não apenas, nem sobretudo, no horário eleitoral, mas na boataria intensa que as instituições controladas pelo petismo tem feito por todo o país, mobilizando a estrutura sindical e de ONGs para ecoarem a baixaria produzida em cima (conjunto no qual o ato ridículo em “defesa” do pré-sal, com a presença do Lula e mais meia dúzia de gatos pingados, é o exemplo mais escabroso); o fato de Marina ter resistido a tudo isso mostra que sua candidatura já atingiu uma solidez de preferência que só pode crescer.

A equivocada proposta de autonomia do Banco Central começa a receber detalhamentos que se não são suficientes para torná-la aceitável, certamente ajudam a nos fazer crer que o sentido final do vetor Marina está em disputa e que mesmo a tal autonomia não será implementada, se o for, segundo um credo liberal, escangalhado com a inclusão da variável emprego combinada a um regime de metas de inflação. Resta ver se a campanha de Marina vai esperar a crítica adversária para rever a proposta inaceitável de prorrogação de mandatos para uma coincidência eleitoral que prevê eleições apenas a cada cinco anos.

 

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